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Khaotho retorna às origens em ‘Da Khaos Playground Vol.1’, seu primeiro disco de Phonk

  • Foto do escritor: Brunno Lifonso
    Brunno Lifonso
  • 24 de jul.
  • 6 min de leitura

Atualizado: 16 de ago.

Em seu novo trabalho, o artista demonstra que não tem medo do passado, abraçando referências iniciais e mesclando old school e modernidade com facilidade.


Lançado no dia 11 de junho, “Da Khaos Playground Vol.1” compila as mais novas produções de Khaotho dentro do universo do Phonk, retornando às origens que lhe abraçaram no passado e que agora florescem no seu presente.


Para o artista, o novo álbum é a materialização de uma jornada de volta a 2017, onde tudo começou (ainda como Jedy), junto do coletivo FRESHKILLMOB – uma das forças matriz do cenário Phonk brasileiro. Foi ali, trocando figurinhas e referências com os artistas do selo, que Khaotho deu seus primeiros passos no mercado da produção musical.

Khaotho apresenta "Da Khaos Playground, Vol.1", seu primeiro EP de Phonk
Khaotho, à esquerda. À direita, arte para capa de “Da Khaos Playground Vol.1” por @cyberless.punk.

Desde então o artista mineiro vem colecionando momentos chaves em sua vida, participando de coletivos, lançando sua própria marca de roupas (Cyb3r Gh3tto) e claro, soltando músicas novas no mercado, como o seu penúltimo trabalho “Freakysession”, EP em parceria com o DJ Rafreak, em 2024.


Mas foi através do encontro com DJ $an (SP), fundador do lendário selo SHUTDAPHONKUP, durante sua apresentação no Awkimia Fest em Uberlândia, que a ideia do que hoje chamamos de “Da Khaos Playground” tomou forma. A troca entre os dois artistas foi tão forte que reacendeu a chama no coração de Khaotho sobre o Phonk, o levando a produzir as 5 novas faixas presentes no EP.


DJ $an, divide a produção de "Da Khaos Playground, Vol.1" junto a Khaotho
DJ $an no Awkimia Fest, realizado no Complexo 3, em 2023 | Foto: Coletiv Prod.

Em entrevista à Hop Television, o artista compartilhou mais detalhes e curiosidades sobre o processo criativo por trás do novo disco e deu sua opinião sobre o sucesso do Phonk nas plataformas de vídeos curtos, como TikTok e Reels. Confira nosso bate-papo abaixo e ouça o novo EP de Khaotho, disponível em todas as plataformas.



HOP ENTREVISTA: KHAOTHO | "Da Khaos Playground, Vol.1"


HOPTV: Quando começou o processo de gravação do EP? Após o primeiro contato em 2017 você produziu alguma faixa que ficou guardada e só foi ou mostrada ao público agora?


Khaotho: Maturamos a idéia desde dezembro do ano passado e colocamos em prática em março, que foi quando consegui trazer o $an para Uberlândia de novo. Todos os sons foram feitos em cerca de 1 semana e meia, com exceção de “Fuck Playbas" que eu já tinha produzido sozinho em 2024.


HOPTV: Como $an te influenciou diretamente na criação de “Da Khaos Playground”? E como ele conseguiu somar na produção do material?


Khaotho: O $an é um dos pilares da $HUTDAPHONKUP, um dos coletivos mais relevantes da cena Phonk no Brasil. Ele já vem movimentando o corre dele há bastante tempo e, desde que o conheci, fiquei empolgado com a energia e a visão que ele carrega. Trocar ideia com ele e ouvir suas histórias foi inspirador. O $an é extremamente criativo, e a forma como ele conduz o trampo dele me influenciou demais — foi um combustível essencial para esse álbum tomar forma.


HOPTV: Quais são as referências musicais fora do Phonk que mais te influenciaram no desenvolvimento do EP?


Khaotho: Eu arrisco dizer que esse álbum não tem referências fora do Phonk, justamente porque a ideia desde o início era criar algo 100% enraizado no estilo — um disco que realmente fortalece e alimenta a cena local. Minha principal referência foi o Koopsta Knicca, ex-integrante do Three 6 Mafia, grupo que basicamente pavimentou o caminho pro que a gente conhece hoje como Memphis Rap e Phonk.


Koopsta Knicca é a principal referência sonora na criação de "Da Khaos Playground, Vol.1"
Koopsta se tornou referência no cenário Hip Hop Internacional e conquistou seu primeiro Oscar em 2006, na categoria "Melhor Música Original" | Divulgação/Reprodução

HOPTV: A capa do disco traz diversas referências a card games famosos mundialmente, como Yu-Gi-Oh!. Como surgiu a ideia de internalizar essas inspirações em uma capa para o seu primeiro EP solo? Como essas referências se conectam com o seu novo som?


Khaotho: Quando comecei o processo de criação, minha principal referência era o álbum "Da Devil's Playground", do Koopsta Knicca. Eu queria fazer uma homenagem clara — não só no nome, mas também visualmente. Foi aí que pensei na pose com os punhos fechados pra frente, a mesma que o Koopsta faz na capa original. Já tinha a pose e o nome, mas ainda faltava algo que colocasse um pouco mais de mim ali. Foi quando lembrei do Mundo da Fantasia, uma das cartas mais estéticas do Yu-Gi-Oh!, que sempre achei braba. E aí… BOOM, casou como uma luva.


Tirei uma foto minha na pose, e junto com o $an trabalhamos na edição das letras e do fundo com o Mundo da Fantasia. Mandamos tudo pro Matsuda (@cyberless.punk), que pegou aquilo e transformou na ilustração insana que virou a capa principal.


Khaotho referencia disco clássico de Koopsta Knicca em "Da Khaos Playground, Vol.1"
Capa de "Da Khaos Playground, Vol.1" (à esquerda) e capa "Da Devil's Playground" (à direita)

E detalhe: aquela primeira arte que eu e o $an fizemos — a “versão caseira raiz”, que mandamos pro Matsuda — vai ganhar vida também! Vamos usar ela como capa do Sample Pack oficial do álbum, que vamos distribuir de graça.


HOPTV: O Phonk é um gênero que voltou a circular no mercado fora da própria cena nos últimos 2 anos, principalmente com a ajuda do TikTok. Como você enxerga a potência das plataformas junto aos edits feitos com a sonoridade Phonk? Para você ajuda a dar um gás e querer lançar cada vez mais faixas ou a sua inspiração nas criações estão focados em outros pontos?


Khaotho: Acho que a exposição do Phonk em mídias como o TikTok é sim positiva pro gênero, principalmente porque trouxe visibilidade e reconhecimento para muitos produtores que já estavam nessa caminhada há anos, mas que antes disso se sentiam desvalorizados.


A cena nacional sempre teve divisões de nicho e, na real, o Phonk acabava ficando meio à margem. O TikTok ajudou a quebrar essa barreira, mas trouxe um outro problema junto.


A grande questão — e que eu trago como foco no meu álbum — é a deturpação que rolou assim que o gênero estourou na plataforma. Muita gente de fora começou a pegar um beat de funk, desacelerar com efeito Screwed (ou Slowed, né?), uma técnica criada pelo lendário DJ Screw, um dos pilares da cultura Phonk, e chamar isso de “Brazilian Phonk”, o que, de tabela, também tira o mérito do Funk como gênero. 


Isso criou uma cortina de fumaça: o público novo, especialmente o de fora do país, passou a achar que o Phonk brasileiro era só isso. Enquanto isso, tem uma galera gigante e talentosa, como o Lxrdkilla, o Edu Wasabi, o próprio $an, entre vários outros, que faz um som autêntico — o real Phonk brasileiro — há muito tempo, com identidade própria e respeito às raízes do gênero.


Produtor Edu Wasabi, um dos nomes principais nomes do Phonk em Uberlândia | Da Khaos Playground
O uberlandense Edu Wasabi, é um dos principais nomes do Phonk brasileiro | Foto: @biagsc

Esse álbum é, acima de tudo, um grito. Um grito da parte da cena que vive e consome esse som há muito tempo, sem ignorar as vertentes atuais (como o Doomshop) e mostrar que o problema não é a evolução do gênero ao criar sub-gêneros, mas sim querer resumir a cena do país inteiro em um gênero com uma nomenclatura equivocada.


É uma forma de puxar a fumaça para fora dos olhos e mostrar quem realmente carrega essa cultura no peito e fincar minha participação ativa como produtor e MC na cena do Real Phonk Brasileiro.


HOPTV: Quais são os planos pós ‘Da Khaos’, tendo consolidado seu nome como Khaotho neste primeiro lançamento autoral e solo?


Khaotho: Cara, tem muita coisa boa no forno. Temos a versão 'Chopped & Screwed' do álbum, temos o Sample Pack que vai ter todos os timbres utilizados nos sons e todos os meus vocais isolados pros produtores poderem usar — o que inclusive a gente tá muito ansioso pra soltar porque vamos trazer uma parada bem da hora pra incentivar os produtores a usarem o Sample Pack e, também, já adiantamos que vai ter mais 2 volumes do álbum, seguindo essa mesma ideia.

"Da Khaos Playground, Vol.1" está disponível em todas as plataformas de streaming musical. Ouça trechos do novo projeto de Khaotho abaixo e adicione em sua playlist favorita!


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Entrevista por: Brunno Lifonso | Redator & CEO Hop Television

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