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  • Foto do escritorEmilly Alicie

DUARTE: "ESCREVO PARA AS PESSOAS SE IDENTIFICAREM"

Atualizado: 7 de abr. de 2021

Felipe Augusto Duarte (21), desde novo já tinha sua ligação com a escrita, mas não imaginava que o gosto por improvisações ia bater a sua porta com 7 anos, no ensino fundamental, quando brincava com seus amigos de rimar. Mas já tinha afinidade com o gênero do Rap, no qual veio sua facilidade para escrever suas poesias e começar a ir em batalhas de rimas em Uberlândia, frequentou as batalhas do Cufa (Central Única das Favelas), onde encontrou uma de suas paixões.


Terminou o ensino médio em Uberlândia e mudou para Patos de Minas, se ingressou na faculdade, cursa Ciências Contábeis e mesmo em outra cidade, Duarte não deixou de lado seu apreço pelas poesias. Criou um grupo chamado SLAM com mais 3 amigos (Rloco, Treta e Olivia), um movimento como uma espécie de sarau, que reúne vários poetas que declamam suas poesias. Movimento esse que sempre ajuda seus poetas, fez com que Felipe se sentisse em família, começou a escrever sobre o que mais vivência em uma pele negra, o racismo, o preconceito e a desigualdade social.

Foto: Moviola – Mídia Livre / Batalha SLAM PHATOS

Mas antes, Felipe deu seus primeiros passos quando escreveu uma poesia em homenagem a avó Maria dos Anjos, falecida, deixou de lado todo o seu receio com o público e postou no Instagram todo seu carinho e saudade a ela.


Ele nos disse: “foi um choque para todo mundo quando viu meu vídeo, porque eles não sabiam que eu escrevia poesias”. A partir desse momento Felipe viu o apoio da família e amigos.


Sua mãe Marilene Duarte (44), é sua fã número 1, está sempre a comentar o orgulho que tem do seu filho, seu pai Robson Rodrigues (54), tem seu jeito fechado para dizer que o filho leva jeito para coisa.


A poesia para sua avó tem um valor sentimental e de determinação, foi com essa escrita que surgiu DuArte em 2017, logo em seguida fez outra poesia para sua mãe no dia das mães.


Trecho da poesia “Pra minha Vó”.

[...] Aos 81 porque foi nos deixar,

Logo agora que te dei um motivo para se orgulhar,

É hoje faz um ano que você não está aqui,

Um ano sem a pessoa mais bondosa que já conheci.

Nascida de origem em Patos de Minas,

Também conhecida como a terra do milho,

Maria dos Anjos mãe solteira,

Guerreira cuidando dos seus 9 filhos.

E eu te digo o porquê dá guerreira,

Uma mulher trabalhando de açougueira,

Na época de ditadura quem diria,

Mas todo esforço é válida se é em prol dá família. [...]

Foto: Ernesto Marti

Felipe tem uma paixão de criança, o futebol, em época de ensino médio fazia parte de todas as interclasses da escola e campeonatos no Sesc de Uberlândia. Quando se mudou, entrou para o time de Patos de Minas, o Invictus, onde participa dos campeonatos Municipais.


Contou que o amor pelo futebol só aumentou, que não se vê sem jogar bola, mas criticou o tempo de pandemia, por estar difícil para continuar a fazer os treinos.

Foto: Fernanda Oliveira

O jovem em tempo livre também é modelo, fez algumas poses para a loja SlumShop junto com a fotógrafa Daniela Mello.


Daniela se identificou com o Felipe e o chamou para fotografar junto com as roupas da loja. Duarte pensou que não tinha jeito para esse tipo de trabalho, ficou um pouco acanhado, mas logo se identificou e disse que espera mais trabalhos como esse.


Nesse meio de várias formas de se expressar, existe também uma pessoa para se inspirar, Felipe se inspira no Emicida, seu ídolo que com a escrita toca no coração do jovem, pela vivência que o rapper expressa em sua poesia.


Dando incentivo para Duarte produzir poesias baseadas em fatos que ele vive e vê pelo mundo afora, cheio de preconceitos raciais.


Escreve duas poesias por mês e posta em suas redes sociais, com a intenção não só de contar o que vê e vive por aí, mas de fazer com que outras pessoas se veja no que ele declama ou de pessoas ver e lembrar de alguém que vai se identificar com a escrita.


Contou também da satisfação de duas poesias que teve grande repercussão em suas redes sociais a “Papo reto” e “Se a carapuça serve”, mostrou que sua voz pode sim chegar a muitos ouvidos, frase essa que Felipe usa para descrever o movimento SLAM, que abre portas para todos poetas que querem ser ouvidos, pois esses poetas escrevem sobre seu íntimo.

Foto: Moviola – Mídia Livre / Batalha SLAM PHATOS

Trecho da poesia “Papo reto”

[...] Mataram mais um

E eu nem preciso mencionar a cor

Eu já tô cansado disso

Toda vez passando essa ideia para vocês

O papo é repetitivo

Mas vocês não aprendem então falo mais uma vez

Vejo pretos morrendo sempre

Com a desculpa de que foi só um engano

Vocês reclamam que falo demais

Me desculpa é que isso já faz mais de 400 anos [...]


Poesia essa que Duarte deixa todo seu apreço e prazer de ter feito e declamado ela com o movimento SLAM.

 

Para conhecer mais sobre o trabalho de Felipe Duarte, visite o seu perfil, clicando aqui, ou através do @ofelipe_d


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Entrevista por: Emilly Alicie

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